O projecto Construir com a Música nasceu da colaboração entre o Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique, a AGAPE e MILANO MUSICA, a partir da experiência adquirida ao longo dos anos no domínio da cultura e do emprego para a juventude e pela grande disponibilidade e empenho que estes parceiros estão a colocar no apoio ao governo Moçambicano na resposta a duas questões: promoção do emprego e do auto-emprego entre os jovens moçambicanos e dar impulso ao sector cultural para que este possa exprimir plenamente o seu potencial económico e social.

O projecto pretende seguir três caminhos paralelos e complementares:

• FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL, melhoria das competências das instituições públicas que lidam com as indústrias culturais e criativas em Moçambique, com particular atenção ao sector da música e das artes performativas;
• PROFISSIONALIZAR A FORMAÇÃO, melhorar a formação e o nível de profissionalismo dos profissionais dos sectores da música e das artes performativas;
• EMPREGO E EMPREENDEDORISMO, promover a criação de ecossistemas capazes de estimular a inovação e a criação de novos negócios e o crescimento dos já existentes no setor indústrias culturais e criativas e, em particular, no sector da música nas províncias de Inhambane, Zambézia e Nampula.

Nos meses de junho, julho e agosto, o projeto Construir Com a Música ganhou vida, com o início das formações que cobriram todos os três caminhos. Em junho, começámos a formar músicos, foi realizada por especialistas reconhecidos internacionalmente na construção e manutenção de instrumentos musicais tradicionais moçambicanos. Em julho, foi aberto o primeiro ciclo de formação para os funcionários dos ministérios e das Casas de Cultura das províncias envolvidas no projecto: reuniram-se todas em Maputo para falar de gestão e programação cultural e como melhorar o intercâmbio de competências entre as instituições culturais a nível nacional e internacional, liderado por especialistas moçambicanos e provenientes de Itália. Finalmente, em agosto, dois especialistas em comunicação e angariação de fundos Italianos deslocaram-se para Maputo, onde lecionaram aos colaboradores das Casas de Cultura e outros operadores do sector cultural os princípios que visam a sustentabilidade financeira.

As restantes atividades realizadas nesta primeira metade do projeto diziam respeito à revisão do Fundo de Desenvolvimento Artístico e Cultural (em Abril foi organizado um retiro envolvendo vários actores do Fundo e de outras instituições culturais públicas com o objectivo de analisar o actual funcionamento do FUNDAC e definir os cadernos de encargos para a reestruturação, reforço e diversificação de instrumentos financeiros e incentivos à disposição do sector) e a reestruturação da plataforma cultural do organismo público de referência para a cultura, nomeadamente o Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas. Os cadernos de encargos para a contratação de consultores que, estão a ser definidos através de um processo participativo, pode melhorar o funcionamento da actual plataforma do INICC de modo a torná-la mais adequada às necessidades dos utilizadores finais.

Finalmente, ao longo deste ano, os especialistas italianos e a equipa da Escola Nacional de Música de Maputo, têm trabalhado para encontrar a melhor estratégia para desenvolver cursos de ensino eficazes e adequados para o contexto moçambicano em Musicoterapia, construção e manutenção de instrumentos musicais tradicionais Moçambicanos, Manutenção de instrumentos clássicos e Engenharia de Som.

O objetivo final do projeto será aumentar a consciencialização pública, governamental e popular sobre o valor da indústria cultural e criativa como recurso para o desenvolvimento económico do país e o papel que pode desempenhar como factor de criação de actividades que geram rendimento e nos processos de crescimento da sociedade Moçambicana.