Entre a segunda metade do ano 2022 e nos primeiros meses de 2023, os ritmos foram frenéticos em Moçambique: o projecto Construindo com a Música, financiado pela Agência Italiana para a Cooperação ao Desenvolvimento (AICS), viu a 17 de Maio fecho do primeiro ano de actividade, com um balanço que podemos dizer, positivo.

Os primeiros seis meses serviram para criar junto com todos os parceiros, dentre eles o Ministério da Cultura e do Turismo Moçambicano, todo o fluxo de trabalho feito para os próximos três anos, agora as actividades estão a decorrer.

Não faltaram os imprevistos, como o ciclone que nos meses de fevereiro e março, arrasou com as províncias de Inhambane e Quelimane, províncias estas que estarão no alvo do nosso trabalho em Moçambique, durante estes anos. Em particular, na Casa Provincial da Cultura de Quelimane, o teto ficou irremediavelmente danificado, e será necessário um grosso investimento para recolocar-lho novo e permitir as actividades do projecto relativas à formação de virem a ser efectuadas ao interno da estrutura. O ter encontrado no local pessoas com grande vontade de fazer e que acreditam fortemente no projecto, nos faz de qualquer das formas, esperar bem no prosseguimento das actividades e nos meses festivos que se vai chegar no coração das formações: chegarão em Maputo espertos em gestão cultural, musicoterapeutas e construtores de instrumentos musicais tradicionais que começarão a passar as suas competências aos técnicos moçambicanos.

Paralelamente a este projecto, continuamos a ir em frente com todos os outros, como o Sostegno a Distanza, que para além da entrega periódica de cestas básicas, higiênicos, sanitários e de materiais escolares, compreende também outras duas actividades como, o sustento escolar e a educação familiar.

Ambas actividades são fundamentais para o crescimento das crianças e dos miúdos, que com frequência não tem um suporte adequado, sequer na escola como em casa, nem por descuido, mas por tempos e recursos limitados. O projecto no seu complexo foi avançado pelos voluntários, sejam moçambicanos que prestam o seu trabalho gratuitamente, directamente através da AGAPE o com as nossas associações parceiras (Machaka e A.V.I.M.A.S.), e dos voluntários do programa do Serviço Civil.

As organizações nas quais este ano os jovens italianos puderam realizar sua atividade de trabalho voluntário em contato com crianças foram oito, confirmando o quanto a associação é cada vez mais conhecida na área e está ganhando a confiança tanto de outras associações locais, bem como instituições públicas. Entre elas estão as três organizações em que a SAD atua, ou a Associação Machaka, A.V.I.M.A.S. e o CRPS de Mahotas, mas também a Casa Esperança, o orfanato localizado em Katembe, nos arredores do centro de Maputo, a Associação Hlayiseka, que atende crianças em situação de rua e de risco, duas escolas especiais que atendem crianças com deficiência e com as quais começámos a trabalhar ainda este ano, e o Projecto Utopia, uma nova realidade no bairro de Mafalala, a mesma da Associação Machaka. 

Precisamente com este último, nos últimos meses nossos voluntários Alessandro, Beatrice, Elena, Sebastian e Simona têm desenvolvido encontros em conjunto para sensibilizar crianças e jovens sobre o tema da educação ambiental e a importância da reciclagem. Juntamente com Caldino, o gerente do Projecto a Utopia, com luvas e utensílios de trabalho, envolveu os rapazes do bairro da Mafalala na coleta de garrafas e material orgânico. As garrafas foram limpas e serão usadas para criar uma obra de arte (uma tartaruga gigante!), enquanto os restos de comida foram combinados com terra para criar uma caixa de compostagem.

Os voluntários também explicaram aos mais velhos para que serve a compostagem e suas utilidades benefícios, enquanto as crianças se envolviam em atividades de arte de reaproveitamento. Agora, o projeto de educação ambiental continua com a experimentação de jardins verticais construídos com garrafas plásticas maiores.

Finalmente, nos primeiros meses de 2023, tivemos o prazer de receber 2 voluntários que decidiram fazer uma experiência em Moçambique por um curto período de tempo: Lorenzo que ficou connosco por um mês (o relato do seu mês em Maputo na página 11), e Francesca, uma musicoterapeuta que com O programa Erasmus+ teve a oportunidade de ter uma experiência de formação de 4 meses trabalhando com musicoterapeuta do projecto Entendarte.