Com muito pouco novos casos de COVID19 detectados nas últimas semanas, o governo moçambicano decidiu agir em direcção à normalidade, retirando o estado de emergência. A pandemia não terminou, mas durante a época de verão que está prestes a terminar não houve novos picos, exceto um em janeiro provocado por muitos turistas sul-africanos que migraram para o país nas férias. Com o aproximar do inverno, haverá o teste decisivo sobre manutenção das vacinações e sobre as medidas de segurança que se mantêm, tais como, o uso de gel desinfetante e máscaras em locais fechados. Em meados de abril, os dados oficiais contabilizam quase 28 milhões de doses administradas, com 44% da população totalmente vacinada. Um facto que dá esperança para o futuro do país.

Nesta nova normalidade, os muitos projectos da AGAPE foram reiniciados, quase todos a todo o vapor. Os programas de apoio à distância nunca pararam e hoje as associações responsáveis conseguem até dar mais continuidade às visitas às famílias e a educação parental, essenciais para ajudar os pais a dar a devida atenção às crianças e fazê-las crescer de maneira adequada. A Associação Machaka, no bairro da Mafalala, consegue fazer todas as oficinas artísticas, tanto de arte como de música, e os nossos voluntários Omar e Soares tratam da musicoterapia não só aí, mas também nos outros centros que apoiamos: o jardim de infância A.V.I.M.A.S. no bairro do Choupal e, desde este ano, a Casa Esperança em Catembe, um subúrbio na outra costa da Baía de Maputo. Durante algumas semanas, estas actividades de apoio escolar e oficinas artísticas são também oferecidas a crianças e jovens que residem no bairro do Choupal, perto do Centro A.V.I.M.A.S. Após a renovação dos espaços ter sido feita no ano passado, aproveitando o encerramento da escola, hoje a estrutura retomou as suas atividades e os voluntários estão indo regularmente trabalhar com crianças e jovens de todas as idades.

Por último, o Centro de Mahotas, embora continue as suas actividades de reabilitação e apoio às famílias dos doentes nos hospitais psiquiátricos, ainda não voltou a receber voluntários por receio de contágio entre os doentes mais frágeis. Esperamos que nos próximos meses, à medida que a situação pandêmica melhorar, haja mais espaço para fazer o trabalho: as oficinas ocupacionais foram uma importante oportunidade tanto para as crianças como para os adultos, para desenvolver as competências manuais e a criatividade.