ACTUALIZAÇÃO

Projectos

Muitos projectos, um objectivo

Actualização de Dezembro 2022 – O arranque, em Maio, do projecto ligado à criação de negócios culturais e criativos elevou o número de projectos para 12 actualmente activos em território moçambicano

A AGAPE trabalha em Moçambique há mais de 20 anos. Durante este período, aprendemos sobre a população, costumes e abordagens, compreendemos as dificuldades de trabalhar com instituições, mas também o grande potencial deste trabalho e os benefícios que os beneficiários dos projetos poderiam obter. Mas como chegamos a ter 12 projectos activos ao mesmo tempo? Levamos um tempo para isso.

Em 2000, quando chegamos, e durante mais de 15 anos trabalhamos ao lado das Irmãs Scalabrinianas de Ressano Garcia e a população local, com pequenos projectos agrícolas e pecuários, construção de poços e apoio às crianças e jovens acolhidos no orfanato gerido pela congregação. Já naquela época, começamos também a experimentar outras actividades como a teatroterapia e alguns projectos empreendedores.

Em 2017, a viragem decisiva: iniciámos os procedimentos para o reconhecimento presencial da associação e em 2018 nasce a AGAPE Moçambique, tendo como representante legal a Valentina, que trabalha connosco no país desde 2009, e como colaboradores Jorge, gestor de projetos com grande experiência dentro de organizações internacionais, e à Katiza, responsável pela parte administrativa e contabilística. A partir deste momento, os projetos começam a crescer, tanto em número quanto em importância: muitos deles voltados para crianças e jovens mais novos, como Entendarte projeto sobre musicoterapia e arteterapia, ou apoio ao Centro de Reabilitação Psicossocial de Mahotas para deficientes físicos e mentais, mas também muitos que pretendem criar oportunidades de emprego para crianças mais velhas, como a sorveteria solidária Creme Doce da Fronteira, bolsas universitárias, projeto Bomba Sociais de formação empreendedora e, por último por ordem de tempo, mas em primeiro lugar em importância, o Projeto Construir com Música.

Este projecto, financiado pela Cooperação Italiana, é apenas o mais recente de muitos que a AGAPE Moçambique não poderia levá-lo avante senão graças a colaboradores competentes e generosos, verdadeiros guardiões da missão da associação. Antes do início do projecto, nem o escritório em Itália, nem o de Moçambique, tinham tido experiência do que significava gerir um capital desta envergadura (quase um milhão e meio em três anos), muitos parceiros (Ministério da Cultura de Moçambique, il Comune di Milano, Milano Musica e Diapason Progetti Musicali) e atividades com elevado grau de complexidade e complementaridade. Mas a experiência e a acima de tudo, a amizade e a confiança que se foram criando ao longo destes anos de projetos está a permitir que o projeto progrida.

O programa de Apoio à Distância, que deu início a tudo, após 22 anos, continua a beneficiar as crianças e as suas famílias. Este projecto também mudou e melhorou ao longo dos tempos: de Ressano Garcia, hoje estamos também em Maputo e trabalhamos com 4 associações. Este tipo de colaboração com organizações locais serve sobretudo para melhorar as competências dos operadores e voluntários que nela trabalham, tornando-os responsáveis em relação à sua comunidade e aumentando a confiança na AGAPE por parte da população. Estar sempre presentes nos coloca em condições de igualdade e de escuta, o que hoje nos permite ser bem-vindos nas comunidades e instituições públicas.

Os nossos voluntários do Serviço Civil são solicitados em diversas instalações todos os anos. As organizações locais também percebem a importância de adquirir novas competências, aumentando as atividades que podem oferecer aos beneficiários e fazer networking com outras organizações que operam no mesmo território. Com a PASSI Società Cooperativa, todos os anos trazemos 12 jovens voluntários para trabalhar em Maputo e o impacto que estão a ter nos projectos é realmente importante e evidente passados 4 anos do início do programa e 40 jovens que passaram: para além das atividades de curto prazo que realizam nos seus 10 meses de serviço, as associações que os acolhem crescem tanto quantitativamente, aumentando a sua oferta à comunidade, mas sobretudo qualitativamente. Todos os anos, melhora a qualidade das atividades e a gestão das mesmas e de quem as realiza.

Os voluntários são inseridos, desde o momento em que chegam, nas nossas organizações parceiras, durante toda a experiência trabalham em estreita colaboração com os moçambicanos, seus gestores. Esta “hierarquia” não é sempre fácil de gerir, porque o choque cultural inicial é grande e exige muita humildade do voluntário e competências de escuta, mas se for ultrapassado, proporciona a todos os atores envolvidos um momento de verdadeiro crescimento pessoal e profissional. Hoje, todos os projectos em que a AGAPE Moçambique está envolvida ou que decida desenvolver diretamente inclui uma componente de formação multidisciplinar que visa responsabilizar as pessoas parceiros locais, públicos ou privados, e comunidades, para que possam melhorar de forma independente as suas condições de vida e provocar mudanças duradouras no país. Isto significa que em Moçambique a associação opera em diferentes níveis e em áreas muito distantes, mas com um único objectivo: criar oportunidades económicas, sociais e ambiente sustentável.

Esta abordagem é a que queremos prosseguir também nas outras missões da associação: o nascimento de AGAPE R.D. Congo permitir-nos-á exportar esta boa prática para o território congolês, dando-nos a oportunidade de desenvolver projetos flexíveis e impactantes em conjunto com as realidades locais com que já trabalhamos e outras novas, com diferentes competências e em diferentes áreas de intervenção.

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[ A.G.A.P.E. MOçAMBIQUE ]