Os centros Hlayiseka em Maputo se ocupam de acolher todos os dias as crianças de rua que não têm uma família. A sua situação precária coloca, especialmente as raparigas, em risco

A Hlayiseka é uma organização moçambicana sem fins lucrativos que desenvolve diversas actividades sociais há muitos anos na zona de Maputo, todas elas destinadas a tornar a vida das crianças de rua mais segura e menos difícil.

A sede da associação, que é também o principal centro onde decorre as actividades, localiza-se no bairro do Alto Maé, no centro da cidade de Maputo. Aqui existe um grupo de trabalho que inclui um coordenador, um educador e alguns trabalhadores de serviços gerais, como um guarda e a equipa da cozinha que trabalham todos os dias, ocupando-se de preparar as refeições das crianças. Para além deste primeiro local, a organização dispõe de outras duas instalações em bairros mais periféricos da cidade, Laulane e kongolote, que são ativados quando há um número suficiente de voluntários para realizar as atividades de forma contínua. Na verdade, os voluntários da AGAPE não são os únicos que trabalham no contacto próximo com a organização: outras associações também apoiam os centros disponibilizando voluntários.

O centro está aberto, as crianças que são encontradas na rua e levadas para as instalações não são obrigadas a ficar ou dormir no centro, mas são livres de sair e voltar quando quiserem. A Hlayiseka tem um pequeno pátio onde as crianças se divertem, uma sala de aula onde as crianças recebem apoio escolar, a partir da alfabetização, e alguns quartos para acolher crianças. O trabalho realizado na Hlayiseka é caracterizado pela extrema colaboração e cooperação entre colegas e voluntários, que se enquadram num contexto que coloca as crianças e os jovens em primeiro lugar.

O contacto com as crianças ocorre de forma amigável, sem exercer pressão ou demonstrar obrigações, mas em vez disso, aumenta a consciência da importância de estar em casa, perto de uma família, e da importância de acesso à educação. Quando as crianças chegam ao Centro, são colhidos dados sobre o seu estado familiar e saúde para que possamos acompanhar a sua história da forma mais contínua possível.